Eficácia comercial Como sempre atingir seus objetivos?

cyntia braz Publicado por Cyntia Braz – 7 novembro 2025

Crises sanitárias, concorrência acirrada, clientes cada vez mais exigentes… Atingir metas comerciais pode parecer inalcançável. Mas, na verdade, tudo depende de como escolhemos os objetivos certos. A verdadeira pergunta é: devemos focar em objetivos de resultado ou objetivos de performance?


Objetivos de resultado não estão sob nosso controle

Todo mundo conhece a fórmula clássica: pega-se o resultado do ano anterior, soma-se 10% e… voilà, nova meta estabelecida!

Outra abordagem é definir metas baseadas em participação de mercado: “Precisamos atingir 65% da nossa linha XYZ.” O raciocínio parece lógico, especialmente quando há investimentos a justificar.

Mas há três grandes problemas com esse tipo de objetivo:

  1. Eles não dependem apenas do talento.
    Você pode ser o melhor vendedor do mundo, mas se o cliente decidir não comprar, não há muito o que fazer. Além disso, variáveis como economia, política e até crises globais (como pandemias) impactam os resultados.
    • Exemplo: Quem vendia máscaras ou vacinas durante a pandemia bateu recordes — mas não só por competência comercial.
    • Por outro lado, vendedores de produtos proibidos por novas leis tiveram péssimos resultados — e também não por falta de talento.
  2. Metas são repassadas em cascata (com distorções).
    Do CEO aos gerentes e destes aos vendedores, os objetivos são desdobrados. Em muitos casos, a soma das metas individuais acaba sendo superior à meta geral da empresa. Resultado: sobrecarga e frustração.
  3. Grandes resultados não vêm de metas fixadas.
    Os top performers superam — com folga — as metas impostas. Se tivessem se limitado ao número que receberam, teriam ficado muito aquém de seu potencial.

Moral da história:
Em vendas, o resultado não se controla.
Metas muito altas desmotivam.
Metas muito baixas não fazem sentido.

Segundo estudos da CSO Insights, a taxa de vendedores que atingem suas metas caiu de 65% há 15 anos para cerca de 50% hoje. Talvez o problema esteja em como essas metas são construídas.


Viva os objetivos de performance!

No esporte de alto nível, os atletas se concentram no gesto técnico, no processo, e não no placar final.

Como dizem as coaches de golfe Lynn Marriott e Pia Nilsson:

“A perfeição é uma sucessão de pequenas ações viáveis, repetidas com tanta consistência que sua simplicidade desaparece na grandeza do resultado.”

Ou como afirma Larry Basham, autor do excelente “With Winning in Mind”:

“Não se controla o desempenho dos adversários.
Mas é possível controlar o processo.”

Isso inclui:

  • Quantas vezes treinamos
  • Quanta disciplina aplicamos
  • O que escolhemos pensar
  • Com quem aprendemos
  • Quais métodos usamos

Objetivos reais devem focar naquilo que se pode controlar.


👔 E na vida real do vendedor? Quais objetivos fazem sentido?

O objetivo de resultado é um farol, uma direção. Mas só isso não basta.

Uma vez definida a ambição, as perguntas certas a fazer são:

  • Como gerar mais leads e contatos qualificados?
  • Quais segmentos e tipos de clientes são prioritários?
  • Que ofertas podem abrir conversas mais relevantes?
  • Como posso melhorar meus argumentos e materiais de venda?
  • O que meus clientes realmente percebem como diferencial?

Essas perguntas te ajudam a mapear toda a “fórmula comercial” da sua operação, do primeiro contato até o fechamento.

Observar, medir e melhorar cada etapa do processo comercial é a melhor forma de atingir — ou até superar — qualquer meta.

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